As origens do Birmanês permanecem um mistério, confundindo-se a lenda com a realidade. Pensa-se que viajantes ingleses trouxeram um casal destes gatos de um templo na Birmânia.
A história do Sagrado da Birmânia é ilustrada por uma das mais belas lendas do mundo felino.
Na Birmânia, no templo de Lao Tsun, um homem chamado Mun Ha consagrou-se ao culto da deusa Tsun Kyan Kse, a deusa de olhos azuis safira. Mun Ha estava acompanhado de 100 gatos brancos, sendo o seu favorito “Sinh”.
Certo dia, o templo foi saqueado por ladrões que acabaram por matar Mun Ha. Imediatamente depois da sua morte, o gato “Sinh” saltou sobre o seu corpo fixando o olhar da deusa na estátua de Tsun Kyan Kse.
E assim se fez o milagre: o seu manto adquiriu um tom dourado, como a luz emitida pela deusa; os seus olhos tornaram-se azuis como os da deusa; as suas patas, máscara e cauda tomaram o tom castanho da terra. As patas, que repousavam sobre o corpo do seu dono, mantiveram-se brancos.
Na manhã seguinte, os 99 gatos restantes, adquiriram as mesmas características de “Sinh”. Desde então estes gatos passaram a ser considerados como sagrados.
Estudiosos da raça indicam que a raça foi seleccionada na região francesa de Midi entre 1923-24. Foi em 1926, numa Exposição em Paris, que o Sagrado da Birmânia fez a sua primeira aparição pública. Tratava-se de uma fêmea chamada “Poupée de Madalpour” pertencente a Ms. Leotardi. Os pais desta gata tinham sido oferecidos por Ms. Thade-Haddish que os tinha trazido de Burma. O seu pelo semilongo colourpoint e patas brancas impressionaram o público em geral.

“Dieu d’Arakan” de Marcel Baudoin-Crevoisier – Foto: ‘Vie A La Campagne’, 15 de Abril de 1935 – Image courtesy of The CFA Foundation, Inc.
Marcel Baudoin-Crevoiser é considerado um dos pioneiros da raça. O seu segredo consiste, segundo hipóteses que se baralham, no cruzamento acidental entre um Siamês com marcas brancas nas patas e um gato de pelo longo (Angorá ou Persa). Em 1930, um macho sealpoint chamado “Dieu d’Arakan” foi estrela em diversas Exposições em França.
A raça quase desapareceu durante a II Grande Guerra e depois desta foram usados cruzamentos com Persas colourpoint para limitar o inbreeding.
Em 1950, a raça passou a ser designada de Sagrado da Birmânia para evitar confusões com a raça Burmês. Introduzida nos Estados Unidos em 1960 e em Inglaterra em 1965, onde foi oficialmente reconhecida, esta raça começou a tornar-se muito popular.
Clique AQUI para voltar ao artigo principal da raça Sagrado da Birmânia.