Como o nome indica, o Siamês provém de Siam, a atual Tailândia. Ainda porta no seu aspeto aristocrático os tempos áureos do Império do antigo Sião.
A história conta que o Siamês era muito querido pelos reis de Siam e, inclusivamente, havia um tipo de Siamês que só se podia encontrar no palácio real. Também se conta que eram utilizados como guardas, para proteger o palácio.
O Siamês é protagonista de muitas lendas que refletem a sua fidelidade ou explicam a origem de alguns dos seus traços físicos. Conta-se que uma vez a princesa de Siam teve de fugir do palácio por causa de uma invasão e ordenou aos seus Siameses guardiões que vigiassem atentamente as suas joias. Quando regressou ao palácio encontrou os gatos na mesma posição, mas agora com os olhos ligeiramente estrábicos, pois tinham ficado todo o tempo a olhar fixamente para as joias.
Os primeiros exemplares que chegaram à Europa foram apresentados na Exposição Felina celebrada no Crystal Palace de Londres em 1871. Desconhece-se como chegaram até aí, mas sabe-se que o par de gatos exibidos não foi muito bem aceite pelo público.
Só em 1885 é que esta raça felina conquistou o auditório, quando três pequenos siameses nascidos em Inglaterra cativaram com o seu caráter e beleza os amantes dos felinos.
De facto, os ingleses foram os primeiros a entusiasmar-se com esta raça, e o primeiro Clube da Raça nasceu em Inglaterra, em 1902. A própria rainha Victoria, que adotou alguns dos gatinhos vindos da Ásia, contribuiu enormemente para a popularidade da raça.
Depois de vários séculos de história exclusivamente asiática, os Siameses começaram a expandir-se pelo Ocidente em finais do século XIX. A França desfrutou do primeiro par em 1885 e os EUA em 1890. Desde então até hoje, o Siamês tornou-se um dos gatos mais populares e apreciados no mundo.
Texto: Luís Pedro Ribeiro do afixo “Felinus Azorica”
NOTA: Fotografias publicadas no livro “The Book of the Cat” de Frances Simpson (1903)
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